Estima-se que, mundialmente, cerca de 70 milhões de crianças não têm acesso à educação básica e mais de 800 milhões de pessoas com idade superior a 15 anos são analfabetas. Segundo o Censo de 2011, em Portugal existem cerca de 500 mil analfabetos (160 mil do sexo masculino e 340 mil do feminimo), número que comparado com os 10,5 milhões de habitantes existentes nesse ano representa aproximadamente 5,7% da população nacional.

Sabendo-se que a educação é a forma mais prática e o caminho mais correcto para o desenvolvimento de uma nação, não podemos pensar num país plenamente desenvolvido, ou seja, com estabilidade económica e uma política social justa e humana, com homens públicos conscientes e responsáveis, sem primeiro pensarmos na educação e na formação cultural do seu povo.É fundamental interiorizarmos a ideia que a educação é um princípio basilar que deve ser uma prioridade básica para uma sociedade que vise atingir o pleno desenvolvimento social, político, económico, científico e cultural. Se sem educação não se constrói um país com futuro, sem a erradicação da analfabetismo continuaremos a viver numa sociedade propensa à pobreza, a ter problemas de saúde e a vivermos isolados num mundo cada vez mais dependente da utilização dos modernos meios de informação.

Mas o mais preocupante é o impacto negativo que se sabe terem as actuais taxas de analfabetismo sobre as gerações futuras (quanto menor é o nível de formação dos pais menor é o incentivo transmitido aos jovens no sentido de aumentarem esse mesmo nível) e sobre os níveis de abandono escolar, que em Portugal se situam nos 14% (dados de 2016), quando a média da UE (28 países) é de 10,7%.

Mesmo reconhecendo que muito foi feito na redução da taxa de analfabestismo dos 25,7%, registados em 1970, até aos actuais 5,7%, muito ainda pode e deve ser feito.

Se estamos cada vez mais próximo de erradicar a pólio da face da Terra, por que não seremos capazes de acabar com o analfabetismo e de compartilhar da construção de uma educação de qualidade, preservando a moral e a ética, como princípios de formação do homem no seu meio social?